Jogo Falado

sábado, 21 de março de 2009

Treino de Flexibilidade em Crianças e Jovens

FLEXIBILIDADE EM CRIANÇAS E JOVENS

Introdução


O envolvimento de crianças e jovens no desporto é hoje uma realidade generalizada e multifacetada.
Os objectivos gerais do treino em formação desportiva podem ser formulados do seguinte modo:
- Permitir e assegurar um desenvolvimento normal e correcto, adaptado às possibilidades de rendimento, segundo a idade biológica e o estado maturacional.
- Prevenir problemas ortopédicos, devido a posturas incorrectas ou debilidades de alguns grupos musculares;
- Preparar para o máximo rendimento a longo prazo, sem limitar o desenvolvimento em cada etapa.
Temos também de ter em consideração que existem períodos sensíveis para as aquisições motoras, cuja eclosão depende principalmente do nível de maturação, das experiências disponibilizadas, passadas e presentes e, obviamente, da motivação, factor complexo nas suas ramificações psicológicas e socioculturais.
Esses períodos sensíveis não são mais que condições especialmente favoráveis para o desenvolvimento de uma ou mais capacidades motoras.
No caso do treino para crianças e jovens, as capacidades motoras que têm mais condições favoráveis para serem desenvolvidas, apesar de serem importantes em todas as idades, são a velocidade, coordenação motora e flexibilidade.
O tema abordado nesta prelecção será: o trabalho de flexibilidade com crianças e jovens.

Flexibilidade

Começo por vos definir o que é a Flexibilidade e de que forma pode ser trabalhada. Flexibilidade é a capacidade que uma articulação possui para executar movimentos de grande amplitude angular, solicitando uma significativa elasticidade muscular, por intermédio de uma contracção muscular voluntária ou por acção de forças externas.
Quanto á localização da flexibilidade, ela pode ser geral ou específica, isto é, geral: capacidade de executar amplitudes angulares apropriadas às tarefas quotidianas, e específica: limitada a uma ou várias articulações de acordo com uma modalidade desportiva praticada. Pode ser activa (há uma participação activa do indivíduo) ou passiva (capacidade de atingir amplitude elevada à custa de forças externas).
O trabalho de flexibilidade também pode ser estático ou dinâmico.
Como em todas as capacidades motoras, na flexibilidade também existem alguns factores limitativos são eles:
- Sexo;
- Temperatura interna e externa;
- Fadiga;
- Hora do dia.
- Estrutura osteo-articular (sup. art., cartilagens, cápsulas e ligamentos)
- Idade
- Composição corporal
A actividade física deve ser constante, porque uma paragem ou imobilização do indivíduo, leva a um encurtamento dos músculos e do tecido conectivo limitando a mobilidade articular.
Existem também dois tipos de alongamentos, elástico e plástico.
O músculo possui propriedades elásticas, e os ligamentos e tendões, elásticas e plásticas, por isso quando o tecido conjuntivo (de músculos, tendões e ligamentos) é alongado, parte do aumento do comprimento ocorre nos elementos elásticos (elastina), a outra parte ocorre nos elementos plásticos (colagénio).
Quando é aliviada a carga, ocorre a recuperação da deformação elástica, mas a deformação plástica mantém-se.
As técnicas de alongamento devem ser concebidas de modo a produzir deformação plástica.



Flexibilidade em crianças e Jovens


Como já mencionei na introdução, em crianças e jovens, uma das capacidades motoras que deve ser trabalhada de forma mais relevante, é sem dúvida a Flexibilidade.
O melhor momento para se iniciar o desenvolvimento da flexibilidade é durante o estágio de iniciação e as primeiras fases do desenvolvimento anatómico em crianças não têm qualquer tipo de restrição. Durante essa fase, o treino deverá ser direccionado para todas as articulações do corpo, sobretudo o quadril, ombros e tornozelos, sendo recomendados os movimentos estáticos (alongamentos até o seu próprio limite, durante no máximo 20 segundos), esses exercícios deveram ser activos, isto é, a contracção deve ser voluntária, portanto sem ajudas externas.

O treino da flexibilidade também é uma estratégia para prevenir lesões devido ao facto de maioria dos desportos envolver movimentos repetitivos e quase sempre numa amplitude de movimento limitada.A flexibilidade desenvolve-se quando os tecidos conjuntivos e os músculos são alongados por meio de exercícios regulares e adequados de alongamento. Como já referi, caso contrário a flexibilidade diminui com o tempo, quando esses tecidos não são alongados ou exercitados. Sendo assim os exercícios de alongamento podem maximizar a aprendizagem nas crianças e jovens, eles ampliam o relaxamento físico e mental, promovem o desenvolvimento da consciência do próprio corpo, reduzem o risco de entorse articular ou lesões musculares.Um programa bem estruturado de flexibilidade alongará os músculos, aliviando a tensão muscular e auxiliando a prevenção de lesões, influência positivamente outras capacidades motoras como a velocidade. Condiciona tambem a prestação no aspecto cinemático (gesto) e fisiológico (irrigação, tónus muscular e postura).
As crianças devem ser educados no sentido de terem consciência dos limites articulares, toda a realização do exercício deverá ser lenta, suave e sem insistências, evitando-se grandes velocidades e sem cargas adicionais, o treino da flexibilidade deve ser incluído em praticamente todas as sessões de treino, independentemente do desporto praticado.
No inverno deve ser escolhido um local com temperatura agradável para os jovens, e a dor é sempre um “semáforo vermelho”, trabalhar no seu limiar. Os exercícios devem ser variados e devem alternar flexibilidade com relaxação.
Nos jovens é comum a flexibilidade diminuir com a idade e após a puberdade (passagem progressiva da infância à adolescência), sobretudo nos rapazes, provavelmente em consequência de ganhos na estrutura, no tamanho e na força muscular. Sendo assim o treino de flexibilidade requer um bom treino durante as fases de desenvolvimento do jovem atleta, na sua fase pubertária os exercícios deveram ter uma componente passiva (com acção de forças externas), as técnicas de facilitação neuromuscular também devem ser usadas, já que acontece um aumento da massa muscular e um reforço significativo da estrutura óssea e se esse trabalho não for executado o mais provável é haver uma diminuição da flexibilidade do no futuro. O melhor momento para realizar exercícios de alongamento é no final do aquecimento geral, sem fadiga.
Portanto desenvolver a flexibilidade não só atende às necessidades do desporto como também ajuda a desenvolver uma reserva de flexibilidade para prevenir futuras lesões.
Como conclusão e pelas razões apresentadas é importante realçar que a flexibilidade tem como principal fase de exercitação as idades mais jovens, mas deve ser trabalhada durante toda vida e não só em desportistas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Os Fabulosos do Meio-Campo e Cesc Fabregas


Desde que pratico Futebol, sempre que vejo um jogo observo com maior atenção os jogadores da minha posição, centro-campistas que eu adorava e adoro ver actuar, ficaram-me na mente futebolistas com grande visão de jogo e controle de bola, que jogavam de cabeça levantada e técnica apurada como: Fernando Redondo, Paulo Sousa, Rui Costa, Maradona, Guardiola, Roberto Giannini, Falcão, Albertini entre outros. Neste momento está a despontar um novo “cérebro do meio campo”, feito na escola de Barcelona é o novo patrão do Arsenal de Londres.
Com apenas 19 anos Cesc Frabegas, tornou-se no grande dinamizador de todo o futebol do Arsenal, na fantástica Liga Inglesa. Cesc, como é conhecido na sua terra Natal (Espanha), não tem grande porte atlético (1,77m. 68Kg), mas tem enorme qualidade no controle, domínio de bola, passe e joga de cabeça levantada. Wenger coloca-o a primeiro médio de construção, á frente da defesa, é ele o responsável por acelerar e diminuir a intensidade de jogo, gere muito bem as ligações defesa-ataque e as transições, aparece também muitas vezes nas zonas de finalização.
Estamos na presença de um dos mais promissores e completos médios da actualidade, quando assistirem a um jogo do Arsenal, não tirem os olhos deste menino espanhol e vejam como o futebol ganha outra dimensão quando a bola passa pelos seus pés.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Wikinomics - Quanto mais partilhamos , mais ganhamos.


Este livro (Wikinomics) escrito por Don Tapscott e Anthony Williams, conta-nos a história de alguns gigantes da internet, mostra-nos as futuras ferramentas para a Web 2.0. É feita uma análise de vários casos, onde a abertura total via Internet de algumas empresas trouxe um excelente retorno financeiro, descreve o exemplo da wikipedia (enciclopédia rápida da internet) como óptima criação de voluntários. A ideia central é de que ter parceiros é uma proposta de negócio melhor do que ter fornecedores. O que se pretende é que pessoas anónimas, sem nenhuma ligação a grandes empresas possam expressar as suas ideias, inovando nas mais variadas áreas. Esta abertura provoca uma velocidade de troca de conhecimentos muito alta. Na visão dos autores, nenhuma empresa, por muito global e grande que seja, consegue por si só inovar com rapidez suficiente, precisa de uma colaboração de todos os agentes. Nos nossos dias, estão a ser criados por equipas de milhares, ou mesmo milhões, de pessoas completamente desconhecidas com apenas acesso á internet e em colaboração colectiva, aviões, enciclopédias, sistemas operativos entre outros produtos ou serviços.No fundo o que este excelente livro nos transmite é que, quanto mais partilhamos, mais ganhamos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Rali Lisboa-Dakar que futuro?




Fui com enorme tristeza que recebi a notícia do cancelamento do Lisboa-Dakar.
Este evento fui ferido de morte, dificilmente voltará com a mesma importância. As razões que levaram á sua suspensão levam-nos a reflectir sobre o mundo em que vivemos.
Nunca antes o desporto tinha vergado ás ameaças terroristas, já anteriormente tinham existido notícias sobre a intenção de variados grupos terroristas em perturbar grandes eventos desportivos como: Campeonatos do Mundo de Futebol, Basquetebol e Rugby, Jogos Olímpicos entre outros.
Se é verdade, que a integridade fisica dos desportistas que participariam neste Lisboa-Dakar não podia ser posta em causa, parece-me, que as razões que levaram a este cancelamento vão para alem da segurança dos pilotos e populações.
Apesar de negar constantemente o seu envolvimento, o Governo Francês não estará totalmente isento de responsabilidades na suspensão da maior prova de todo-o terreno a nivel mundial.
O grande problema desta situação é que a partir deste momento, não tenho duvidas que as ameaças vão aumentar nestas situações, e será extremamente difícil ás organizações manter a serenidade em todos os agentes ligados á realização dos grandes eventos.
Esperemos que o Desporto vença o Terrorismo, para o bem de todos...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Trilhos Pedestres



A crise que Portugal atravessa está visível aos olhos de todos, dificuldades que temos de superar com inovação e aproveitando os recurso naturais que possuímos.
Dinamizar e promover os nossos locais mais belos é uma excelente forma de começarmos. No nosso concelho “arcos de valdevez”, esse trabalho está a ser muito bem executado pela Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Lima(ARDAL), com os trilhos pedestres.
Tive o privilegio de estar no inicio deste projecto, conheci locais simplesmente maravilhosos que até então desconhecia totalmente, tal como uma grande maioria dos habitantes do concelho de Arcos de Valdevez.
Paisagens como as da Peneda, Nascente do Rio Vez, Sistelo, Ermelo, Mezio, entre outras, são únicas. Já podemos percorrer estes locais com segurança através das brochuras dos trilhos pedestres que a Ardal nos disponibiliza.
Aconselho todos a percorrer estes caminhos lindíssimos, afinal não precisamos de viajar para longe para ver locais tão belos.

Futebol - O meu lateral já tem um Porsche!


O meu lateral já tem um Porsche
No terreno de jogo, por melhor que jogue, quando uma equipa tem a bola, o passo seguinte é, mais tarde ou mais cedo, perde-la. O extremo só pode desequilibrar a atacar, se atrás estiver o lateral para equilibrar...

Conta Angel Cappa em “E o futebol, onde está?” que quando Tano Rizzo, seu velho amigo, o veio visitar a Espanha em meados dos anos 90, houve uma noite, ao chegar para jantar, em que parecia ter visto um extraterrestre. -“Amigo, estive esta tarde na Cidade Desportiva do Real Madrid e, nem vais acreditar, vi Panucci a sair do treino num Porsche!”, disse ainda incrédulo. -“Sim, e depois?”, perguntaram todos. -“E depois? Se até os laterais já têm Porsches, então o futebol está mesmo perdido!”, sentenciou. Mais do que outro país, o velho Rizzo vinha de outro tempo. Quando o futebol era dos avançados e os jogos eram decididos só quando se tinha a bola e atacava. Por isso, custava-lhe a admitir que os defesas pudessem roubar o protagonismo, e os melhores carros, aos avançados. A inevitabilidade do jogo moderno é, no entanto, outra. Em campo, quando uma equipa tem a bola, o passo seguinte é, mais tarde ou mais cedo, perde-la. A excepção será, claro, quando a jogada termina em golo, mas isso, como se compreende, é a excepção durante os 90 minutos. Na maioria das vezes, perde-a para o adversário. Tal sucede em dezenas de ocasiões ao longo do jogo. Por isso, a importância capital de saber reagir a essa perda e saber jogar sem bola. Em geral, por passaram mais tempo sem ela, as equipas mais pequenas preparam-se melhor antes do jogo para viver sem a bola, para reagir a essa perda. Quando estão em posse, contemplam o momento da perda de forma mais intensa. Pelo contrário, as grandes equipas treinam mais o momento de posse. O futebol de top não perdoa, no entanto, estas diferenças de atitude nos distintos momentos do jogo. Como no ataque as capacidades muitas vezes se equivalem, é na maior ou menor velocidade de reacção posicional á perda da bola que está, quase sempre, a decisão táctica de um jogo. Esta semana, regressam as grandes Ligas europeias. Na primeira a arrancar, em França, mora uma das equipas que, na dimensão internacional, melhor exemplificam esse dilema: o Lyon. Nenhum outro onze recebeu, nas últimas épocas, maiores elogios ao futebol praticado. Seis títulos de campeão francês consecutivos. Nunca passou, no entanto, dos quartos-de-final da Champions. Revendo laboratorialmente os seus jogos, observa-se que esse enigma reside no facto de, ao entrar em campo, faltar-lhe a tal consciência de que, na maior parte das vezes, todo aquele seu plano sedutor de futebol ofensivo vai acabar com a bola nos pés do adversário. Um dos aspectos fundamentais para pensar assim é nas faixas. O extremo só pode desequilibrar a atacar, se atrás estiver o lateral para equilibrar. Por isso, os recuperadores, e os laterais, também podem ter carros de alta cilindrada. Nada mais justo.